O jejum antes de alguns procedimentos laboratoriais é uma obrigação desconfortável para muitos pacientes. Ficar longos períodos sem comer ou até beber água causa grandes alterações na rotina. Além de possíveis complicações em pessoas que precisam se alimentar em horários regulares (como os diabéticos). Um consenso publicado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), porém, flexibiliza o jejum de 12 horas que era obrigatório antes da coleta de sangue para alguns exames e dispensa por completo em outros casos. Saiba mais neste post.

Exames:

Todos os exames que determinam o perfil lipídico foram incluídos no consenso da SBAC. Esse documento não tem caráter obrigatório sobre os laboratórios, ou seja, os estabelecimentos podem optar por acatar ou não a dispensa do jejum. Os procedimentos que fazem parte desse grupo são:

Colesterol Total (CT)

Esse exame indica a qualidade de colesterol presente em um decilitro de sangue. Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo fígado e o restante tem origem a partir das gorduras ingeridas durante a alimentação. Ele é importante na produção de sais biliares, hormônios e parte das membranas celulares. Em excesso, porém, está associado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares.

LDL-C

A lipoproteína de baixa densidade pode se depositar nas camadas internas da parede arterial, provocando aumento da pressão sanguínea. Em casos extremos, a artéria pode romper ou entupir, causando problemas como AVC e infarto. Por isso, níveis elevados de LDL, conhecido como o “colesterol ruim”, representam o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, essa lipoproteína tem ligação direta com o nível de triglicérides, uma forma de gordura que, em alta concentração, é um fator de risco para doenças coronarianas.

HDL-C

A lipoproteína de alta intensidade é conhecida como “bom colesterol”. Ele ajuda a transportar o colesterol pelo organismo e, em níveis elevados, protegem o paciente contra o infarto do miocárdio. Algumas pesquisas afirmam que o HDL atua limpando o excesso de colesterol e o transportando de volta para o fígado, onde é novamente metabolizado. Em níveis baixos, porém, aumenta o risco de doença cardiovascular.

Não HDL-C

O colesterol aterogênico, como é conhecido, pode se acumular nas artérias, formar placas e causar estreitamento ou bloqueio dos vasos sanguíneos. Ele é calculado a partir da subtração dos níveis de HDL da concentração de colesterol total.

Triglicérides (TG)

Proveniente da alimentação, também é formado pelo próprio organismo. Eles são responsáveis por fornecer energia para os músculos do corpo, mas são armazenados em forma de gordura se não “solicitados”.

Motivações para a desobrigação do jejum:

De acordo com a publicação da SBAC, o avanço das metodologias diagnósticas permitiu que o consumo de alimentos habituais e sem muita gordura provoque baixa ou nenhuma alteração no resultado de alguns exames. Além disso, como as pessoas estão alimentadas durante a maior parte do dia, os níveis de lipídios estão mais “reais” do que em períodos de jejum. Isso possibilita um diagnóstico mais real do impacto no risco de problemas cardiovasculares.

Outra justificativa foi a facilidade para o paciente. Já que terá maior e melhor acesso ao laboratório e em horários melhores. Eles não precisam mais perder dias de trabalho ou abandonar consultas médicas pela falta desses exames.

A desobrigação de jejum antes de exames de perfil lipídico traz benefícios que vão além do maior conforto para os pacientes. Ao receber o pedido médico para fazer um desses procedimentos, no entanto, siga a recomendação do solicitante. Ficou com alguma dúvida sobre esse assinto? Comente abaixo.